Contra DILMA, MARINA E AÉCIO, Vamos com o PSOL 50!
Vote Luciana Genro Presidenta 50 | Combate Socialista, nº 59
Michel Tunes (CST-PSOL)
A campanha eleitoral entra na reta final. A responsabilidade do PSOL é grande já que vem sendo o maior partido de esquerda nas eleições. Luciana Genro desempenha um papel essencialmente positivo denunciando as candidaturas da ordem burguesa, criticando governos de conciliação de classes e combatendo a dívida externa e interna. Além disso, lembrou o momento da fundação do PSOL quando a "turma do Dirceu" expulsou os "Radicais do PT" por terem votado contra a privatização da previdência. A defesa dos trabalhadores e do povo está presente na defesa do salário mínimo calculado pelo DIEESE (poder de compra para suprir as necessidades básicas mensais), dos aposentados e da reforma agrária. Nossa campanha é intransigente na defesa das pautas libertárias e democráticas (LGBT, contra a Rede Globo, direito ao aborto legal, punição aos militares golpistas).
É importante destacar que o Movimento dos Sem-Teto de São Paulo declarou que se identifica "com muitas propostas da candidatura de Luciana Genro (PSOL) que buscou incorporar as posições dos movimentos populares – incluindo o MTST – em seu programa". Outro fato positivo são os intelectuais que fecham com Luciana: Vladimir Safatle, Ricardo Antunes, Plínio de Arruda Sampaio Júnior, Fábio Konder Comparato, Roberto Romano e Lúcio Flávio Pinto. No Rio Grande do Sul, a CS (Construção Socialista) – corrente que rompeu com o PSOL anos atrás – se definiu pelos candidatos majoritários do PSOL e a candidata da juventude da CST, Paula Alves.
Após os debates Luciana ficou mais conhecida. É hora de fortalecer a campanha nas universidades, escolas, órgãos públicos e fábricas, pedindo o voto pra chapa completa do PSOL. É importante realizar reuniões para debater nossas propostas e a necessidade de afirmar um projeto de esquerda em nosso país, preparando os protestos e greve que virão.
A eleição é uma batalha nacional!
Para isso será muito importante que o conjunto dos militantes e das correntes do PSOL entrem de fato na campanha nacional do PSOL, façam campanha para valer por Luciana Genro, pelos candidatos a governador e senador do PSOL e não só para os deputados. Isso tem que se expressar nos discursos, nos programas, nos panfletos, etc. Em alguns casos, os problemas são graves como chamar voto em candidatos de outros partidos ou parabenizar candidaturas burguesas, como a do PV, como presenciamos na militância da Insurgência (Secretariado Unificado-IV) e outros grupos menores do Rio de Janeiro. Divergências com o MES não são argumento para abandonar Luciana. Nós da CST seguimos tendo inúmeras polêmicas com os companheiros, como o recente debate sobre o financiamento da Zaffari. Enquanto debatemos as divergências, que não podem nem devem ser nosso eixo neste momento, seguimos ofensivos na campanha por Luciana 50. Não podemos ceder a falsa polarização entre PT e Marina, por isso devemos combater o “voto útil” em Dilma e deixar explicito que não há “mal menor” entre nenhuma das candidaturas do sistema.
BOX: Veja o que disse Luciana Genro:
"Essa conversa de unir todo mundo, Marina, eu já vi em 2002 com o Lula e o resultado foi um governo voltado para os interesses do capital. Para fazer de fato uma nova política é preciso contrariar interesses. Enfrentar os interesses dos banqueiros, do agronegócio, dos especuladores. Fazer uma auditoria da dívida pública, suspender o pagamento para os banqueiros e investir nas áreas que o povo necessita. Se tu não tiveres condições de enfrentar o capital financeiro tu nunca vai fazer uma nova política. Tu vais repetir a velha política do PSDB que continuou no PT, com Lula e DiIma. Vocês três são muito parecidos". (Debateda Band)
"A política econômica é o tema que unifica os três candidatos do sistema, Dilma, Aécio e Marina. No Brasil a conta de juros é um fator de desequilíbrio. 40% do orçamento vai para sustentar as 5 mil famílias mais ricas, os credores da dívida pública, junto com os bancos… Uma política que só concentra renda e prejudica os mais pobres. (…) Os três irmãos siameses não querem e não vão à raiz dos problemas. Eles só querem seu voto para governar com os mesmos de sempre" (Debate SBT).
O PROBLEMA DO PSOL É RANDOLFE E A US!
Em Macapá, cidade governada pela US (Unidade Socialista) do presidente do partido Luiz Araújo, o senador Randolfe Rodrigues pede votos extra oficialmente por Marina como outros "marinistas" que formalmente se mantêm no PSOL, caso de Heloisa Helena, mas na prática já estão num projeto burguês. No Amapá o PSOL está coligado ao PSB da oligarquia Capiberibe que governou o estado nos últimos 4 anos atacando os trabalhadores. Uma coligação selada por meio de convênio assinado entre o governo do estado e a prefeitura prevendo o asfaltamento de ruas. Aliança que inclui PT e PCdoB. O mais "absurdo" é que Randolfe, por conta de acordos eleitorais anteriores, milita pelo PTB de Lucas Barreto. Há ainda inúmeros proporcionais do PSOL na campanha do candidato a senador do DEM, Davi Alcolumbre. Um bacanal eleitoral rejeitado por qualquer militante honesto do PSOL. O mesmo podemos dizer do arco de alianças de Pernambuco, formalmente com o PMN, mas alargado para o deputado do PSDB Daniel Coelho.
Nossa corrente, a CST, vem denunciando a política de Randolfe e das correntes que compõem o campo da US há muitos anos. Desde 2008 insistimos que esse caminho levava o partido para o fim das fronteiras de classe e a diluição como mais uma sigla do sistema. Compartilhamos essa batalha com inúmeras correntes do antigo bloco de esquerda.
Em geral a US e sua periferia escondiam esse debate estratégico fingindo se tratar de questões "táticas", "manobras eleitorais no interior do Brasil" mas apenas repetiam justificativas oportunistas manjadas da Articulação do PT ou do velho stalinismo do PC. Acreditamos que os fatos deram razão à nossa postura: as linhas em curso no Amapá (a de Clécio e Randolfe) compõem uma estratégia de colaboração de classes coerente, tendo divergências táticas acerca de fração dos capitalistas com a qual se aliar em cada pleito.
Diante do desastre que está ocorrendo no estado do Amapá, é hora de unificar o PSOL contra o oportunismo fisiológico. Ao invés de intervir burocraticamente no Rio de Janeiro e cortar as finanças do diretório fluminense prejudicando a campanha do PSOL onde nossos parlamentares são mais fortes, o diretório nacional deveria votar uma intervenção contra toda a direção do Amapá. Felizmente no Rio, na prefeitura de Itaocara, podemos demonstrar na prática que é possível governar sem aliança com patrões e oligarquias em defesa do povo trabalhador.