TURQUÍA – Intifada em Istambul

| Por: Frente Obrero – Turquia

Desde o dia 31 de Maio na Turquia, com Istambul na vanguarda, vivem-se dias de grandes mobilizações populares. A violência sem controle da política contra as pessoas que protestavam no Gezi Parki (Parque do Passeio) na praça central de Taksim (Istambul) foi o estopim das mobilizações. O governo pretende converter o parque em um Centro Comercial à serviço dos interesses do grande capital financeiro e comercial.

A mobilização espontânea que explodiu em Taksim se estendeu rapidamente por toda a cidade, reformulou suas demandas e se organizou para responder suas necessidades e para continuar a luta. A mobilização foi um inesperado levante das massas que incluem diversos setores da população, com a Juventude à frente.

As mobilizações já superaram o objetivo principal de defender o Gezi Parki. As verdadeiras vítimas das leis reacionárias e da economia política neoliberal do governo do AKP (partido da Justiça e do Desenvolvimento) , as mulheres, os jovens desempregados e os trabalhadores do setor de serviços que tem preocupações em relação ao seu futuro, criaram uma dinâmica de luta unificada.

O assassinato de Hrant Dink, o massacre de Roboski, o massacre do campo de refugiados em Reyhanli, a lei contra o aborto, a proibição do álcool e o autoritarismo do governo de Erdogan são as principais causas desta verdadeira “Intifada” na luta que começou no Gezi Parki.

Frente a estes acontecimentos, as classes dominantes estão divididas, enquanto as massas mobilizadas resistem. Os jornalistas partidários do governo abandonaram o Primeiro Ministro e até inclusive um ex ministro do AKP Ertugrul Günay criticou duramente o governo.

O primeiro ministro, principal responsável destes fatos, esteve ausente durante o dia 31. O prefeito de Istambul, Kadir Topbas, e o governador da cidade metropolitana, Huseyin Mutlu, mentiram. Topbas fingiu como se o projeto de criar um centro comercial não existisse, enquanto que Mutlu defendeu a violência policial como uma “luta contra as correntes ilegais”.

Nestes dias a continuidade das mobilizações assume uma grande importância,pois existe a possibilidade de uma derrota histórica do governo. Agora a tarefa mais urgente é a formação de um comitê de coordenação com a participação dos sindicatos, partidos, etc. que possa garantir a continuidade e a organização das mobilizações até alcançar seus objetivos principais.

O prefeito e o governador da cidade devem renunciar! Também o Ministro do Interior, Muammer Güler, o principal responsável da repressão das massas no dia 31 de Maio, que é um reconhecido inimigo da democracia dos trabalhadores, também tem que sair! Investigação e punição dos agentes da polícia que participaram da repressão! Liberdade a todos os detidos! A Anulação do Projeto de Gezi Park deve ser conquistada!.