FIM DOS ATAQUES SIONISTAS A GAZA!

Nota politica da CST PSOL / UIT – CI | www.cstpsol.com – www.uit-ci.org

As Forças armadas sionistas de Israel iniciaram uma nova agressão militar contra os palestinos da Faixa de Gaza. Como acontece em cada ataque, Israel afirma que tem como objetivo se “defender” e “eliminar terroristas”. O Presidente Obama justificou, com os mesmos argumentos, a agressão genocida de Israel.
Os bombardeios sionistas mataram muitos civis, inclusive o filho de menos de dois anos de um fotógrafo da BBC. Também foi assassinada desde um helicóptero com artilharia uma criança de 13 anos, Hameed Abu Daqqa, enquanto jogava futebol com seus amigos.

De acordo com a imprensa imperialista, a nova ofensiva iniciou-se porque foguetes disparados desde a Faixa de Gaza mataram três israelenses que estavam a 25 km na cidade de Kiryat Malachi. As cifras de vítimas mostram a absoluta desproporção, pois em poucos dias os bombardeios israelenses provocaram mais de 50 mortos e mais de 400 feridos na Faixa de Gaza.

O que oculta a imprensa imperialista é que há meses que existem ataques aéreos permanentes de Israel, em “pequena escala”. Em realidade discutir “quem começou” é absurdo em uma guerra de 64 anos que começou justamente com a ocupação sionista da terra palestina e a expulsão do povo palestino.

Israel convocou 75mil reservistas e todo faz supor que prepara uma nova invasão à Faixa de Gaza como aconteceu em 2008. A aviação israelense anuncia ter destruído centenas de alvos, entre eles os escritórios do primeiro ministro. A Faixa de Gaza é um pequeno território de 40 km de comprimento por 10 km de largura, onde se amontoa 1 milhão e meio de palestinos em uma espécie de campo de concentração gigante, cercado militarmente por Israel. A Faixa de Gaza é um dos chamados “territórios ocupados”; u outro é a Cisjordânia, com 2,7 milhões de palestinos separados por centenas de colônias sionistas, despojados de 80% de suas fontes de água e atravessada por um muro controlado militarmente por Israel.

A Faixa de Gaza está governada pelo Hamas, um partido palestino que venceu as eleições, mas que é considerado como “terrorista” por Israel e pelo imperialismo e sua mídia. A Faixa de Gaza sofre há cinco anos um bloqueio israelense que castiga sua população civil, privando-a de remédios, matérias primas e muitas coisas de primeira necessidade. O objetivo dos sionistas, com este castigo, segundo eles “para prevenir a entrada de armas”, em realidade é parte da política sionista desde a ocupação há 64 anos, de fazer a vida dos palestinos impossível para finalizar de expulsá-los dos territórios ocupados desde 1948 pelo Estado israelense com migrantes judeus europeus. Isto ratifica a necessidade histórica de acabar com o estado racista de Israel e conseguir um estado único, uma Palestina laica, democrática e não racista.

Os motivos de um novo ataque genocida
Esta nova ofensiva chamada absurdamente de “Pilar Defensivo” se produz quando poucos dias atrás tinha sido acordada uma trégua entre Israel e o governo do Hamas com intermediação do governo do Egito. Poucas horas depois, o exército sionista assassinou Ahmad AL-Jaffari, o chefe da brigada Al Qassam, o braço militar do Hammas, lançando uma míssil contra seu automóvel. Curiosamente, Al Jaffari havia sido um dos negociadores da trégua com Israel, isto informado inclusive pelo jornal israelense Haaretz.

Já no dia 8 de novembro soldados israelenses invadiram a Faixa de Gaza. Então aconteceu um tiroteio com palestinos no qual morreu uma criança de 12 anos. Os palestinos responderam jogando foguetes contra Israel. Mas no dia 12 foi acordada a trégua que Israel violou assassinando Al Jaffari. Situação similar à que aconteceu em 2008 quando Israel mandou tropas para invadir Gaza provocando uma resposta do Hamas com foguetes contra as cidades do sul de Israel. Isto por sua vez foi utilizado por Israel para justificar uma ofensiva em grande escala chamada “Operação Chumbo Fundido” que durou três semanas com um saldo de 1.400 palestinos assassinados, incluindo ao menos 300 crianças.

Como aconteceu infinidade de vezes nos últimos 64 anos, a crise militar foi fabricada por Israel, onde haverá eleições em janeiro de 2013. A direita sionista que governa, encabeçada pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu procura o conflito militar para tentar ocultar o grande descontentamento popular que acontece no país pela crise capitalista e o empobrecimento dos setores populares, chamando à “unidade contra os terroristas islâmicos” e assim poder ganhar as eleições. O outro objetivo é manter e inclusive reforçar a enorme ajuda militar ianque que sustenta Israel oficialmente, ajuda de 3 bilhões de dólares ao ano, ainda que é muito maior pelos envios disfarçados de ajudas supostamente de “uso civil”.

A derrota militar e posterior retirada dos americanos do Iraque junto ao processo da revolução árabe, com a queda do ditador Mubarak, principalmente no Egito (que era o principal aliado dos Estados Unidos e de Israel) e a revolta popular na Síria contra a ditadura de Assad que garantia a ordem na outra fronteira de Israel, mudou abruptamente o contexto político e militar da região em detrimento dos EUA e do Estado sionista. Israel precisa agora e reforçar o seu papel histórico de guardião militar dos interesses imperialistas na região mais rica do mundo em petróleo.

O setor sionista dominante pretendia atacar o Irão com apoio ianque. Mas foi Obama quem não quis envolver os EUA em uma nova guerra de futuro incerto depois de suas derrotas no Iraque e no Afeganistão. Sabe que um ataque ao Irã acabaria de incendiar toda a região possibilitando que o processo revolucionário em curso avançasse. O ataque à Faixa de Gaza oferece menos riscos militares para Israel, ainda que devemos ver qual será a reação popular. Um indicativo da nova situação na região (diferente do ataque e invasão israelense em Gaza no ano de 2008) é a retirada do embaixador egípcio de Israel e a visita do primeiro ministro egípcio Hesham Kandil a um hospital de Gaza, como “prova de solidariedade” segundo foi anunciado. Este tímido gesto do governo egípcio, está motivado na necessidade de mostrar para sua própria população um gesto minimamente solidário com os palestinos, uma vez que as massas egípcias tem uma forte simpatia com o povo palestino e odeiam o estado sionista de Israel.

Solidariedade popular internacional com os palestinos de Gaza!
O ataque israelense precisa uma resposta urgente de solidariedade com o povo palestino em Gaza. Já aconteceram importantes atos nas principais cidades do mundo.
A CST/PSOL (corrente brasileira aderente à UIT-CI) se soma a esta campanha em solidariedade, apoiando e convocando atos e manifestações no país. Também, exige do governo Dilma a ruptura de relações diplomáticas, militares, econômicas, esportivas, universitárias, culturais, etc. com o estado sionista racista da Israel.

Destacamos o exemplo de algumas universidades da Grã Bretanha que em 2008 que resolveram não ter relações com as universidades sionistas. Seguindo o exemplo do que tem feito trabalhadores de portos sul africanos e escandinavos, achamos necessário repetir que trabalhadores de todos os países se neguem a carregar barcos que vão para Israel. Particularmente, achamos necessário que os governos do MERCOSUL como os do Brasil, Argentina e Venezuela denunciem o TLC existente entre o MERCOSUL e Israel.

Com certeza, são os povos árabes e islâmicos os que expressam a maior solidariedade com o povo palestino de Gaza assim como à rebelião popular na Síria. Nos dois casos está em jogo o futuro da revolução árabe. Uma derrota de Israel ou a queda de Al Assad na Síria seria um poderoso impulso para o conjunto da luta do povo árabe. Em países onde eles conseguiram derrubar as ditaduras antigas como Líbia, Tunísia e Egito esta solidariedade já começou a se manifestar nas ruas e até mesmo com voluntários combatentes líbios na Síria. O povo egípcio deve e pode conquistar a abertura da fronteira do Egito e Gaza (a única não controlada por Israel), para passar qualquer tipo de ajuda, alimentos, medicamentos, e também armas e voluntários para apoiar a resistência palestina contra Israel.
PAREMOS OS ATAQUES Á FAIXA DE GAZA
BASTA DE BLOQUEIO!
FORA SIONISTAS E IMPERIALISTAS DE ORIENTE MÉDIO!
TODA A SOLIDARIEDADE COM O POVO PALESTINO!

CST/PSOL (CORRENTE ADERENTE DA UIT-CI) 20-11-2012