AS GREVES CRESCEM, UNIFICAR PARA TRIUNFAR!

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As greves não param de crescer. As Universidades há três meses que estão paradas. Dia a dia, foram cruzando os braços os trabalhadores dos ministérios, autarquias, agencias reguladoras. Depois entraram na luta os policiais federais e rodoviários. Mas além dos servidores federais, que sem centralização nem política por parte das direções governistas foram se somando à luta, trabalhadores do setor privado também reclamam pelo salário e condições de trabalho. Os caminhoneiros paralisaram importantes rodovias. Em PE, os trabalhadores da construção civil da Refinaria Abreu e Lima, cansados dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho se revoltaram também contra os burocratas triadores que tiveram que fugir para não apanhar. As paralisações da Receita Federal, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Ministério da Agricultura, paralisam importações e exportações.

A operação padrão dos trabalhadores da receita somada aos policiais e caminhoneiros paralisam portos e aeroportos e a própria arrecadação. Os bancários preparam sua campanha salarial com paralisações parciais; também se aproxima a data base dos correios, petroleiros e químicos. Nunca o movimento esteve tão forte, de fato em uma greve geral não declarada, em condições de derrotar a política de ajuste do governo Dilma!

As centrais acordaram tarde!

Só depois de mais de 60 dias de greves, é que os dirigentes das centrais governistas: CUT, FS, CTB, CGT e Nova Central emitiram uma nota em solidariedade com os grevistas!

Reclamam com razão do autoritarismo do governo, mas não dizem uma palavra sobre os aumentos salariais exigidos nem convocam a fortalecer a luta e menos ainda a preparar uma greve geral. Frente às declarações da Presidente Dilma (PT/PMDB) que “o momento é de austeridade fiscal” devido à crise econômica, os “dirigentes” das centrais calam! A mesma "austeridade" não se aplica aos banqueiros que continuarão a receber bilhões como parte do pagamento da fraudulenta dívida pública e aos corruptos que consomem cerca de 30% do PIB com seus esquemas.

Agora, pretendem intermediar negociações rebaixadas para acabar com o movimento paredista, ao invés de aproveitar o crescimento das greves para unificar todas as lutas para derrotar a política de arrocho do governo federal.

O governo mente, dinheiro existe! Além das lutas que encurralam o governo e da crise da economia que coloca em risco seus triunfos eleitorais, o governo e o PT estão expostos no julgamento do mensalão, que coloca mais uma vez a nu os esquemas mafiosos e de desvio de verbas públicas para comprar os votos que garantiram a Reforma da Previdência.

Nos seis primeiros meses de 2012 a remessa aos banqueiros em conceito de juros e amortizações da divida publica, foi de R$ 383 bi, ou seja, R$ 58 bilhões a mais que em 2011. Trata-se de uma opção política: a de continuar beneficiando banqueiros e empreiteiras, a de brindar empresários com isenções fiscais e desoneração da folha de pagamento, em permitir que bilhões de reais escoem pelos ralos da corrupção, enquanto que para os trabalhadores é reajuste por baixo da inflação, congelamento, corte de ponto, ameaça de demissões e criminalização de suas lutas.

O momento é agora! Por estas razões, é que devemos mais do que nunca fortalecer a unidade de todos os que estão em greve, em primeiro lugar do setor público, mas buscando também a coordenação com o setor privado. Exigimos das direções das centrais que preparem uma jornada de luta unificada de todos os setores, públicos e privados; por reposição da inflação e aumento real de salários, plano de carreira, paridade de ativos e aposentados, em direção à construção de uma greve geral. Também é necessário realizar uma plenária nacional dos setores em luta, convocada pelos sindicatos, associações, federações e confederações em greve e aberta a todas as categorias em mobilização independente da central que estejam filiadas.

Finalmente, chamamos a todos os grevistas e lutadores do país a refletir no momento de votar. Da nossa parte, achamos que nenhum voto dos trabalhadores deve ir para os candidatos e partidos de governo e de todos aqueles que apoiam a atual política econômica que penaliza o povo trabalhador.

Unidos pra Lutar! (Associação Nacional de Sindicatos Independentes), Rio de Janeiro,
Agosto de 2012