SP: Presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca (PPS) encerra a greve e desrespeita decisão da assembléia.

| unidos pra lutar

A greve da educação municipal de SP estava forte há uma semana (desde 02/04) com indíces de paralisação sempre na casa dos 60%. Nenhuma das reivindicações foram atendidas pelo governo, entre as principais, a garantia de férias coletivas e recesso aos profissionais dos CEIs (centros de educação infantil) e EMEIs (escolas municipais de educação infantil), a incorporação de todas as parcelas da política salarial apresentada ano passado (reajuste em 4 parcelas: 2011, 2012, 2013 e 2014), contra a política de terceirizações, em defesa da carreira pública no magistério e pela melhoria das condições de trabalho.

No dia 10/04 realizou-se mais uma assembléia com mais de 6.000 participantes, diante da negativa de propostas do governo, procedeu-se as intervenções a favor e contra a continuidade da greve. A maior parte dessas intervenções foram no sentido de manter a greve, inclusive a Unidos pra Lutar usou o microfone para defender a greve e denunciar o governo Kassab que não atende as reivindicações e, ao mesmo tempo, deixa de gastar a verba total de orçamento com a educação.
Todas as intervenções em defesa da continuidade da greve foram saudadas pela assembléia com palmas e gritos. Quando da votação, confirmou-se essa tendência com 2/3 dos presentes votando a continuidade da greve, com nova assembléia na quinta feira.

Qual não foi a surpresa de todos/as quando o presidente do sindicato anunciou o resultado da votação, dando a vitória à proposta de fim da greve e encerrando a assembléia!!
O que se viu na sequência foi a permanência de toda os presentes exigindo que fosse reaberta a assembléia através de palavras de ordem, o presidente permaneceu no caminhão de som e solicitou a presença da PM para sair "escoltado" pela polícia!!

Um total desrespeito à decisão da base da categoria que votou pela continuidade da greve!!
Desse fato temos duas coisas em destaque: a primeira é que ficam claras as opções do setor majoritário da entidade e, sobretudo do seu presidente que é vereador da base de Kassab em derrotar a greve e ajudar o governo. Nesse sentido temos um sério problema nas mãos, o sindicato, com essa política, está atrelado ao governo e perdeu sua independência de classe. Precisamos resgatar esse princípio fundamental para a luta dos trabalhadores.

Uma segunda coisa foi a verificação da disposição de luta da categoria, que não arredou o pé da assembléia, quando do golpe do presidente, exigindo que ela fosse reaberta e sua decisão respeitada.

Nesse sentido, o desafio ao que querem lutar com independência de classe e princípios classistas, é organizar a resistência contra o governo e, ao mesmo tempo, contra o governismo dentro do sindicato. Precisamos definir uma política consciente e forte para tirar o governo de dentro do Sinpeem.