Basta de privilégios nas assembléias legislativas

| CST

A divulgação pela imprensa dos privilégios e regalias nas assembléias legislativas indignou o Brasil inteiro. No Maranhão dos Sarney’s (aliados prioritários da Dilma e do PT) deputados estaduais recebem até 18º salário. Enquanto isso, para nós trabalhadores, o 13º não deu nem para pagar todas as dívidas.

No Amapá (também dos Sarney’s e do PSB de Capiberibe) cada deputado tem direito a uma verba indenizatória de R$ 100 mil por mês, fora o salário e as diárias de viagens de R$ 2600 dentro do próprio estado. Um absurdo! Uma única diária é superior ao valor de 3 salários mínimos, sendo que mais da metade dos brasileiros sobrevive com menos de 1 salário mínimo, de acordo com IBGE.

Esse funcionamento estadual apenas reproduz o que ocorre na câmara e no senado, cujos parlamentares reajustaram seus próprios salários em 61%, e elevaram os vencimentos da presidenta Dilma e dos ministros em mais de 100%, em 2011. Isso ocorre porque os parlamentares legislam em causa própria, atendendo os interesses de seus parceiros das empreiteiras e bancos.

As recentes quedas de Ministros envolvidos em escândalos, as revelações das vendas de sentenças no judiciário, as máfias nas licitações das obras do PAC, da terceirização na área da saúde demonstram como funciona o atual regime político da falsa democracia dos ricos. O país dos poderosos só funciona na base da propina e do roubo, camuflado com o singelo nome de “ética do mercado”.

Por outro lado, caiu a mascara da suposta “frente ética” no senado após as revelações do esquema de Demóstenes Torres com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, cujos tentáculos atingem inúmeros partidos e até mesmo o vice-presidente Michel Temer, situação que levou o PSOL a entrar com representação na comissão de ética. Lembremos que após as primeiras denúncias contra Demóstenes, inúmeros senadores saíram em defesa do senador do DEM, incluindo figuras “éticas” como Cristovam Buarque (PDT), Pedro Taques (PDT), Pedro Simon (PMDB) e Ana Amélia (PP). Trata-se de mais uma prova que é impossível qualquer mudança positiva vinda de dentro dos podres poderes da república brasileira.

É necessário tomar as ruas contra o abuso que os políticos do sistema realizam contra o povo todos os dias. Exigimos o fim dos privilégios nas assembléias legislativas; salário dos parlamentares vinculado ao salário mínimo e definido pela população por meio de plebiscito; revogação de mandatos; fim do sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os políticos; fim do foro privilegiado; fim do senado; financiamento de campanha exclusivamente público; confisco dos bens das empresas envolvidas em licitações fraudulentas e esquemas ilegais.

Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL,
09/04/2012