EM RESPOSTA À NOTA CALUNIOSA DO PSTU

| Unidos Pra Lutar – Júnior da STX – Marcelo STX

Mais uma vez o PSTU lança uma série de ataques e calunias na tentativa de ocultar seus erros, ainda que para isso agrida gratuitamente correntes e dirigentes da esquerda. Expõem organizações e principalmente a chapa, numa nota totalmente descabida e irresponsável, publicada em seu site e amplamente divulgada nas redes sociais, onde afirmam: “Um grupo de pessoas comandado por dirigentes de correntes internas do PSOL (Rosi Messias e Jessé Brandão pela CST/Unidos Pra Lutar; Índio e Gegê também dirigentes da Intersindical-Nova Central) invadiram a sede do PSTU na cidade de Niterói, agredindo verbalmente e ameaçando fisicamente as(os) militantes do partido que lá se encontravam. Só se retiraram do local com a chegada de mais companheiros que exigiram que deixassem o local.” E na pretensão de agravar ainda mais os fatos agregam: “Não bastasse esse lamentável acontecimento, militantes do PSTU e da CSP-Conlutas agora estão recebendo ligações telefônicas com ameaças de morte e de agressão física.”

Antes de tudo, queremos dizer que se verdadeiras essas ameaças, nos propomos, junto com vocês, além de lançar uma campanha pública em defesa dos companheiros do PSTU e da CSP-Conlutas, entrar na justiça para que sejam investigadas essas ligações e punir os covardes que realizam tais ameaças.

Mas os fatos que interessam são outros, mais simples, ainda que graves, tanto pelo o que está em jogo como pela forma burocrática e impositiva com que o PSTU atua permanentemente.

Estamos em meio a eleição do sindicato dos metalúrgicos de Niterói, entidade dirigida pela burocracia da CUT há mais de 20 anos. Neste processo surgiu uma chapa de oposição, a SOS Metalúrgicos formada por uma vanguarda de trabalhadores independentes que reivindicam a Intersindical, a CSP-Conlutas e a Unidos Pra Lutar. Depois de muitos anos de controle da burocracia, surge então a possibilidade real de retomar o sindicato das mãos da patronal para o controle dos trabalhadores. Esse sentimento de mudança, que se expressa na Chapa 3, é o que tem atraído importantes setores da base. Por isso a Chapa vem sofrendo ataques da burocracia que desde a Comissão Eleitoral, onde a burocracia é maioria, impugnou 7 de nossos companheiros.

Por conta disso, fizemos uma reunião no dia 28/04 às 21h na sede do SINTUFF, com a presença dos companheiros da CSP-Conlutas, da Unidos pra Lutar, da Intersindical e do MÊS, para discutir esta situação. A Conlutas opinava que a única saída era entrar na Justiça. A Unidos Pra Lutar, a Intersindical e o MES, concordavam que deveríamos entrar com o pedido de liminar, porém que era fundamental ter em mente que essa tática tinha um limite e que deveríamos nos preparar para substituir nomes caso a liminar fosse indeferida. Nosso entendimento partia da premissa de que a justiça burguesa não é nosso campo privilegiado de atuação. De forma positiva chegamos a um acordo: entraríamos com o pedido de liminar, sob responsabilidade do advogado da CSP/Conlutas, e se até o dia 30/03 a liminar não saísse, efetuaríamos de maneira comum e unificada a substituição dos nomes, para que a Chapa não fosse impugnada. Vale ressaltar que o advogado da Chapa foi indicado pelo PSTU e o representante da chapa na comissão eleitoral é do PSTU e que somente eles poderiam formalizar a troca de nomes.

Esse prazo não foi cumprido pelos companheiros da CSP/Conlutas e, para o desespero nosso e da ampla maioria da chapa, já não atendiam nossas ligações ou então nos enrolavam com desculpas. O mais grave foi que o Paulinho (CSP/Conlutas), que encabeça a chapa e é o representante da SOS Metalúrgicos junto à Comissão Eleitoral desapareceu, desligou o celular e não atendia ao telefone da sua residência, desde o dia 29/03 até 02/04, provavelmente para não ter que responder sobre o acordo que não cumpriram. Fomos obrigados a aguardar até segunda-feira, dia 02/04, último dia para a substituição segundo a Comissão Eleitoral. Vale ressaltar que caso a substituição dos nomes fosse necessária e após isso conseguíssemos a liminar, os 07 companheiros impugnados voltariam a compor a chapa.

Tivemos essa posição porque nossa preocupação, assim como da maioria dos metalúrgicos da Chapa, era garantir a inscrição da mesma. Enquanto que a única preocupação do PSTU era garantir sua suposta hegemonia na Chapa. Propusemos resolver o impasse por meio de reunião da Chapa, sendo que o PSTU se negou a reunir permanentemente.

Preocupados com esta indefinição e com a estabilidade no emprego dos integrantes da SOS, que ao enfrentar os burocratas arriscam seu trabalho e o sustento de suas famílias, vários companheiros Metalúrgicos, acompanhados por dirigentes e militantes da Unidos e da Intersindical foram até a sede do PSTU na tentativa de falar com o candidato à presidência. A primeira surpresa foi que ali estava o Presidente da chapa assistindo um filme. Neste ponto cabe esclarecer que não arrombamos portas nem fechaduras. Entramos como entraríamos em qualquer lugar, como uma sede de um partido de esquerda em horário de funcionamento, o que descaracteriza a acusação do PSTU de que invadimos sua sede. Poderíamos ser acusados de invadir assembleias legislativas, prédios públicos, fazendas, sindicatos burocráticos, mas não a sede de um partido de esquerda com quem estamos atuando juntos, mesmo com diferenças e dificuldades típicas dos processos feitos ao lado do PSTU. Entramos para fazer uma discussão sobre os erros que estavam sendo cometidos, mas o PSTU não tinha nenhum interesse em discutir conosco. Queria impor sua vontade e pronto. Por isso não aceitou nossa chegada e a considerou uma invasão. Foi em meio a essa discussão entre integrantes e apoiadores da Chapa que dirigentes do PSTU, que chegaram após nossa entrada, nos expulsaram de sua sede. Pior ainda, numa atitude insólita, para não dizer patronal, ameaçaram até chamar a Policia para nos prender!

Acusar de “gangster” nossos dirigentes por acompanharem a chapa nessa justa tarefa de tentar cumprir um acordo firmado é um ato caluniador e divisionista. E justamente em meio ao processo eleitoral acaba por beneficiar os patrões e a burocracia que dirige o sindicato dos metalúrgicos, fragilizando nossa chapa de oposição. É um comportamento completamente errado dentro de uma chapa composta por setores que reivindicam outra prática de movimento sindical.

A prática hegemonista do PSTU e da CSP Conlutas não são novidade na esquerda brasileira. No inicio da formação da Chapa dos metalúrgicos, impuseram sua maioria nos cargos, sem que isso se confirmasse no seu peso na base. Romperam o CONCLAT abortando qualquer possibilidade de construir uma nova central sindical, por não aceitarem quem pensa diferente. Recentemente, no ANDES, por causa de cargos e hegemonia, acabaram levando a ruptura da corrente ANDES-AD, pois queriam controlar, controlar e controlar. Assim é em toda parte.

Todos que não aceitam este método hegemonista, como nós não aceitamos no CONCLAT, não aceitamos nos metalúrgicos de Niterói e não aceitaremos em nenhum lugar, sofrem ataques como este que estamos sofrendo agora.

A eleição de metalúrgicos se dá em meio a lutas que despontam em Niterói e em todo o país. São os trabalhadores de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, são bombeiros e policiais militares, são rodoviários de Niterói, mesmo com o sindicato fazendo o jogo do patrão. Assim a eleição de metalúrgicos é de fundamental importância para o conjunto do movimento operário da região, do estado e do país.

Construir um sindicato sem atrelamento aos interesses das empresas, sem os burocratas sindicais fazendo o jogo do patrão, com práticas democráticas, de luta e que garanta a pluralidade de pensamento, é uma das nossas bandeiras fundamentais. Por isso fazemos um chamado à reflexão para que os companheiros do PSTU, com quem estamos compartilhando a Chapa 3, revejam seus métodos e atitudes e coloquem todo o peso de sua influência para conquistar uma vitória categórica no sindicato dos trabalhadores metalúrgicos de Niterói. Estamos em meio de uma importante batalha dos trabalhadores. Os chamamos a deixar de lado os métodos autoritários em prol da unidade para derrotar os patrões e a burocracia sindical. Agora temos a obrigação de marchar unidos para conquistar um importante triunfo para a classe trabalhadora.

Associação Nacional Unidos Pra Lutar

Júnior da STX (vice-presidente da Cipa da STX e candidato a Secretario Geral da Chapa 3 – SOS Metalúrgicos)

Marcelo da STX (candidato a Tesoureiro da Chapa 3 – SOS Metalúrgicos)