Dia Internacional da mulher: CRESCE A LUTA DAS MULHERES!
| Unidos Pra Lutar – RJ / Juv Vamos à Luta
8 de março: Dia internacional da Mulher
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicando melhores condições de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica que, foi incendiada. Morreram carbonizadas aproximadamente 130 tecelãs, num ato totalmente desumano.
Foi em 1910 durante o Congresso Internacional de Mulheres socialistas, quando a lutadora alemã Clara Zetkin propôs o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher, em memória às lutas das trabalhadoras do mundo contra opressão capitalista.
No entanto, hoje tentam fazer-nos acreditar que os importantes avanços que as mulheres conseguiram foram resultado da ação de personagens que se converteram em presidentes nos distintos países do mundo ou de figuras relevantes da política mundial a exemplo de Hilary Clinton, secretaria de estado do governo Obama, ou Ângela Merkel primeira ministra da Alemanha, que atualmente comanda a aplicação dos planos de ajustes na Europa. Na América Latina Michelle Bachellet, presidenta do Chile, Cristina Kirchner da Argentina e Dilma Rousseff no Brasil são apresentadas como heroínas.
POUCOS AVANÇOS NO GOVERNO DILMA
Contraditoriamente, nos mandatos destas chefes de estado, pouco se avançou para melhorara a situação das mulheres trabalhadoras. No Brasil apesar das mulheres estarem cada vez mais no mercado de trabalho, ainda recebem 30% a menos do que um homem para fazer os mesmos serviços e são as que têm menos direitos sociais e os menores salários. Os salários de categorias onde a maioria são mulheres são vergonhosos, a exemplo dos setores da saúde e educação. As mulheres são provedoras de 35,2% nos lares brasileiros, chegando a 40,6% nas regiões metropolitanas.
O recente corte do orçamento de 55 bilhões ordenado pela presidenta atinge áreas sociais importantes para a vida das mulheres, a exemplo da área de saúde. A mortalidade materna apresenta altos índices, sendo que a maioria é provocada por casos de abortos clandestinos. A solução a este grave problema social que a presidenta encontrou foi encaminhar a Medida provisória 557, que pretende incentivar a realização de exames pré-natal e controle das grávidas. Essa medida prevê uma absurda ajuda de custo de R$50,00 para o deslocamento durante o pré-natal. Uma política de saúde que na realidade criminaliza o aborto.
O governo federal também não garante os investimentos mínimos necessários para impedir o aumento da violência exercida sobre as mulheres e em áreas essenciais, como moradia, saúde e educação. 43 % das mulheres brasileiras sofrem agressões físicas de seus próprios cônjugues ou ex-cônjugues. Apesar da Lei Maria da Penha ser um grande avanço no combate à violência contra a mulher, ainda precisa ser ampliada e consolidada a rede de serviços especializados de atendimento às mulheres em situação de violência, com o aumento de delegacias de atendimento, casas de abrigo, casas de socialização e creches para seus filhos.
Em época de campanha eleitoral, Dilma prometeu a construção de seis mil creches. O déficit de unidades alcança a 19.766. (O Globo, 5/3/12). Ainda foram inauguradas creches que não estão funcionando, a exemplo da inaugurada em Angra dos Reis em Janeiro neste ano. Outras, pertencentes às obras do PAC, permanecem abandonadas. Uma creche localizada na Estrada da Gávea, no Rio de Janeiro, teve seu pátio transformado num grande estacionamento, o lugar onde crianças deveriam brincar durante o recreio virou garagem.
Denúncias das mulheres em conflitos ambientais nas regiões de Belo Monte, Carajás, São Francisco, Espírito Santo, áreas da Amazônia e outras regiões do Brasil, apontam que a política de desenvolvimento de Dilma de promover grandes projetos pelo país afora, tem agravado a injustiça social e ambiental, aumentando a situação de super exploração e opressão das mulheres, em benefício das empreiteiras e empresas nacionais e multinacionais.
Todos estes dados demonstram que o governo, que tanto alardeou a “conquista de uma mulher na presidência”, só significou mais atraso e sofrimento na vida das mulheres trabalhadoras.
O MODELO DE MULHER QUE REIVINDICAMOS
Os avanços nas conquistas das mulheres só foram conseguidos com muita luta e mobilização, e não pela suposta ação dos “governos das mulheres”.
Por isso, Neste 8 de março homenageamos e reivindicamos as mulheres que lutaram na “Primavera Árabe”. Na Tunísia, marcharam junto a seus maridos e filhos. No Egito, criaram o movimento chamado “As mulheres da Praça Tahrir”. Pelo menos 20% das multidões que lotaram a Praça Tahrir, na primeira semana dos protestos, eram mulheres. No Iêmen, colunas de mulheres com véus saíram às ruas em Sanaa e Taiz e na Síria elas bloquearam estradas para exigir a libertação de seus maridos e filhos presos, enfrentando uma feroz polícia secreta armada. Na Líbia, uma advogada recém-formada de uma família de classe média de Tobruk, Iman al Obeidi, invadiu uma entrevista coletiva do governo em Trípoli para denunciar que os soldados de Kadafi a haviam detido e estuprado em um posto de controle, motivando protestos de mulheres contra o regime nas cidades de Benghazi e Tobruk, dominadas pelos rebeldes, pondo o dedo numa ferida central em países como a Líbia, que é o abuso contra as mulheres.
Também na Europa elas estão nas ruas, nas marchas, fazendo greves e enfrentando as polícias dos seus países para não perderem postos de trabalho, não verem seus salários congelados ou diminuídos, para garantir suas aposentadorias.
Na América Latina as mulheres indígenas e camponesas da Bolívia deram uma demonstração de força e participação política na vitoriosa marcha que impediu a construção de uma estrada que cortaria ao meio a reserva Tipnis. No Chile milhares de jovens estudantes se enfrentaram com a repressão para defender a educação pública.
Homenageamos as trabalhadoras da educação, da saúde, do funcionalismo público, que fizeram greves e lutaram no Brasil contra o arrocho salarial e contra a retirada de conquistas. Às mulheres dos bombeiros e policiais que lutaram para defender e libertar seus maridos que foram presos por lutar por seus direitos e as mulheres que cotidianamente lutam para sobreviver e manter suas famílias.
Estas são as mulheres que nos representam e apontam o caminho de nossa luta.
“Nada causa mais pavor à ordem do que mulheres que sonham e lutam”. José Martí.
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