PALOCCI TEM QUE SAIR!

| Coordenação Nacional da CST

Mais uma vez o governo do PT enfiado ate o pescoço em denúncias de corrupção. Mais uma vez a Casa Civil exalando o cheiro podre como central de negócios sujos. Mais uma vez Palocci como protagonista de negócios ilícitos que levam ao enriquecimento fácil. Nada é novo, o problema é saber até quando se podem tolerar desculpas esfarrapadas para justificar o assalto aos cofres do Estado em prol destes grupos que chegam ao poder.

Diferente de seus antecessores, José Dirceu e Erenice Guerra, que comandaram o mensalão e esquemas de propinas, o atual Ministro Palocci, nem precisou chegar à poderosa Casa Civil para receber rios de dinheiro. Teve uma pequena antecipação pelos serviços que iria prestar para traficar influências e repassar as valiosas informações que fornecem as entranhas do Estado.

Para a tropa de choque do governo Dilma, que enfrenta “indignada” o questionamento da opinião pública, o enriquecimento do Ministro Palocci é normal. Ministros, senadores e deputados, encabeçados pelo próprio Sarney, numa atitude de auto-proteção, tentam explicar que não tem nada de irregular um ex-ministro multiplicar seu patrimônio em 20 vezes no curto período de quatro anos. Mas quais são as qualidades excepcionais deste Ministro, para construir uma fortuna de muito mais de 20 milhões em tão pouco tempo?

Certamente esse meteórico enriquecimento não foi produto de sua excepcional inteligência nem dedicação ao trabalho,mas sim de sua localização em postos chaves do governo. A partir desses cargos, Palocci detém valorosas informações sobre os caminhos para chegar ao dinheiro público, que vende a peso de ouro para o grande capital, seja financeiro, agronegócio, empreiteiras ou outras corporações. Palocci está nesse cargo porque, além de homem de confiança de Lula e do PT, é “o cara” de confiança de todos eles, dos chamados “mercados”.

Claro que a mudança de Palocci, de militante de esquerda e médico a intermediador de milionários negócios a serviço das grandes empresas não é um fato individual. O PT no governo, seus dirigentes, deputados, ministros, governadores, prefeitos, vereadores, secretários, seja no primeiro, segundo ou terceiro escalão, descobriram que é muito fácil virar rico. Seguiram a receita dos burocratas e ditadores capitalistas chineses que afirmaram que “é glorioso ser rico”. E tanto lá como cá, a riqueza individual alcançada pelas autoridades que deveriam servir ao bem público é ampliada por entregarem os bens da nação, o suor do povo e o esforço de gerações para os bilionários de turno que compram facilmente estes políticos venais. Um exemplo disto é a bancada de deputados e senadores do PT que já tem 14 milionários.

O financiamento de campanha é o primeiro passo para esta parceria. Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correia, junto com os donos do Bradesco, do Itaú e de outras instituições financeiras e os bilionários do agronegócio, estão entre os maiores doadores das campanhas de Dilma Roussef e demais candidatos petistas e demo tucanos. De acordo com as noticias da imprensa, outra empreiteira, a WTorre, que faz negócios milionários com a Petrobrás e os fundos de pensão Funcef e Previ, é doadora da campanha da Presidente Dilma e do Ministro milionário Palocci. A partir daí é fácil virar “cliente” do político que também é “consultor” das empresas que recebem valiosas “dicas”, que com certeza representam para o investidor um retorno bem superior ao investido na compra da sigilosa informação. Alguém imagina quanto lucraram os que pagaram a Palocci os 20 milhões? É a mesma razão que leva a banqueiros e multinacionais a pagarem até U$S 500 mil por palestra no exterior, nas quais o ex-presidente Lula vende seus “conselhos” e conhecimentos obtidos nos oito anos de governo.

Esses são os “ralos” por onde sai o dinheiro que deveria ir para educação, saúde, segurança, moradia, salários. Os contratos para pedágios, construção de portos, navios, casas, estádios, estradas, aeroportos, plataformas, hidrelétricas são na maioria das vezes super faturados; não se investe nas obras o prometido nos contratos; o material de má qualidade faz com que prédios desabem; os controles são inexistentes e as licitações de carta marcada. A novidade agora é uma “mudança” na lei de licitações para favorecer os amigos do poder nas obras para a Copa e Olimpíadas. Mas se isso não bastasse, tem os créditos fartos do BNDES, com juros camaradas e prazos à perder de vista.

Palocci e os políticos da base governista, como antes fizeram os ministros e políticos do tucanato, enquanto enchem o próprio bolso e o dos seus verdadeiros patrões que são as grandes empresas, impõem reformas da previdência que tiram direitos; decidem um salário mínimo que não cobre as necessidades de uma família trabalhadora; cortam verbas da saúde, da educação, da prevenção de catástrofes, da segurança para fazer superávit primário e pagar ao sistema financeiro 1,7 bilhão de reais por dia em juros e amortizações de uma dívida ilegal e imoral. Afastando-se de sua origem como trabalhadores e como militantes de esquerda, vivem como ricos e pensam como tais, sem preocupação com a inflação e sem pudor para congelar salário do servidor público ou deixar milhares de desabrigados na rua.

Ao amparo deste tipo de políticos e de governo, aumentam as máfias como a dos “sanguessugas”, a das ambulâncias, a dos roubos da merenda escolar, e todo tipo de ilegalidade de verdadeiras quadrilhas que se espelham nos governantes e se favorecem da impunidade que a todos eles protege. Proteção mútua necessária como são os pactos de silêncio entre as máfias, porque todos eles são cúmplices dos escandalosos roubos de dinheiro publico.

Palocci tem que sair

Sua trajetória está trilhada de obscuros negócios à margem da lei, como a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, que denunciou que Palocci, reunia-se na mansão de Brasília onde lobistas e políticos celebravam suas negociatas, regadas à Whisky e champanha importados. Por isto ante este mais novo escândalo, Palocci deve sair já do governo!

Até que não se imponha o financiamento público das campanhas eleitorais e a obrigação de abertura dos sigilos bancário e fiscal de todos os políticos ocupantes de cargos públicos, continuarão se enriquecendo mandando e desmandando os Palocci, Dirceu, Sarney, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, etc. à serviço do grande capital, esvaziando os cofres públicos e penalizando a população trabalhadora.

Mas para mudar este podre regime político do poder econômico e da corrupção, mandar estes lobistas milionários e os novos milionários políticos corruptos como Palocci para a cadeia e devolver aos cofres tudo o que roubaram, é necessário que o povo se organize e lute nas ruas, como fizeram no Egito e Tunísia. Os estudantes e a juventude de Brasília, que expulsaram um reitor corrupto e um governador como Roriz através de sua mobilização, são o exemplo mais próximo a seguir.

Coordenação Nacional da CST – PSOL – 22 de Maio de 2011