Pela cassação imediata do Dep Racista Jair Bolsonaro !

Nota da CST | www.cstpsol.com

PELA CASSAÇÃO IMEDIATA DO MANDATO DO DEPUTADO RACISTA JAIR BOLSONARO

Em um programa de humor da TV Bandeirantes, C.Q.C, o deputado federal Jair Bolsonaro, além de afirmar que tinha saudades do tempo da ditadura – ele mesmo é um ex-militar – questionado pela cantora Preta Gil sobre como reagiria se o seu filho namorasse um negra, respondeu sem pestanejar, que ele não corria esse risco, já que seus filhos não foram criados num ambiente de promiscuidade como ela. Ou seja, falou
bem claro que um branco namorar uma negra, é uma ato de promiscuidade. Essa não foi a primeira declaração pública racista do ex-militar. Mas, poderá ser a última, pelo menos como parlamentar.

Bolsonaro e sua turma retrógrada ainda estão em cena, porque no Brasil, não foi seguido o exemplo dos trabalhadores e movimentos populares de outras nações sul-americanas, como na Argentina, que ao derrubarem as ditaduras militares em seus países, julgaram, condenaram e trancafiaram em prisão perpétua os militares golpistas torturadores
e assassinos.

No Brasil do final da década 70 e início dos anos 80 do século passado, enquanto cresciam as greves dos trabalhadores e do movimento popular pela libertação dos presos políticos, a volta dos exilados e o fim da ditadura, foi feito um acordo político entre conciliadores da “esquerda” e da “direita” para se efetuar um projeto de anistia e de
transição do regime militar para a democracia, sem responsabilizar e nem punir os torturadores assassinos agentes do estado a serviço do governo dos generais presidentes. Médici, Geisel e Figueredo, só pra mencionar os mais “populares” dos generais presidentes, morreram sem prestar contas ao povo e a justiça brasileira sobre as torturas,
assassinatos e desaparecimentos de presos políticos, cometidos por seus comandados fardados e paisanos durante o período da ditadura.

Mas, o que é pior, é constatar que não só o tal acordo político para poupar da punição fardados e paisanos torturadores vigora desde o fim da ditadura até hoje, como ainda, boa parte dessa corja continua na ativa. Sempre com influência em todos os governos, inclusive nos dois mandatos de Lula. E, pelo andar da carruagem, também no de Dilma, já que a “Comissão da Verdade”- que é de mentirinha – não vai servir para
punir esses assassinos e torturadores, que estão muito bem representados pelo ministro da justiça Nelson Jobim.

E tem mais: as declarações racistas de Bolsonaro, não são só um “mico” individual de um representante parlamentar dos gorilas fardados da ditadura, num momento de “descontrole” e fora de contexto. Elas são mais uma prova que põe por terra o mito da “democracia racial” no Brasil. Suas declarações significam, exatamente, o que pensa a elite branca capitalista brasileira descendente dos antigos senhores de escravos. Não foi por acaso que recentemente os parlamentares do DEM (ex-PFL e ex- ARENA), legenda “claramente” identificada com essa elite, refizeram todo o texto do Estatuto da Igualdade Racial, retirando, do original elaborado a partir das reivindicações históricas do movimento negro brasileiro, tudo o quê, no Estatuto contestava os interesses materiais e ideológicos da classe dominante no Brasil. Porém, assim como a “esquerda” conciliadora pactuou com a direita a impunidade dos torturadores assassinos agentes do regime militar, as lideranças do movimento negro ligadas a base do governo Lula, fizeram um pacto político-racial com os representantes da elite branca capitalista no congresso e aprovaram o embranquecido Estatuto da Igualdade Racial.

Não é só a imunidade parlamentar que dá garantias ao Bolsonaro, para ele dizer a sua porção de excrementos homofóbicos, racistas e fascistas na cara da gente. Mas, a certeza de impunidade promovida por esses pactos políticos entre lideranças conciliadoras dos trabalhadores, do movimento negro e os representantes da elite branca capitalista brasileira. Para tirarmos de fato os Bolsonaros de cena, calando-os de vez, será necessário a mobilização dos trabalhadores e do movimento negro, para passarmos por cima desses pactos feitos por lideranças traidoras a revelia da classe e dos negros e negras desse país. Vamos começar, exigindo a cassação do mandato de Bolsonaro.
Retomar a luta pela aplicação na íntegra do texto original do Estatuto da Igualdade Racial. E, continuar mobilizados até a punição dos responsáveis pela torturas e assassinatos de presos políticos da ditadura militar.

Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL