Debates – Belo Horizonte, Recife e Fortaleza
Informe dos debates | Juninho – Silaedson
BELO HORIZONTE
No sábado 26/02 cerca de 70 os militantes do PSOL de MG foram à Câmara Municipal de Belo Horizonte para participar do debate entre os pré-candidatos do PSOL à presidencia da República.
Babá foi o primeiro a expor suas propostas. “Quero iniciar assinalando as diferenças que tenho com a candidatura de Martiniano, que vê com pessimismo a realidade atual, e após isso propor as tarefas e o programa que o PSOL deve ter em 2010”. Babá não deixou de fazer um balanço do que foi a aliança com o PV em 2008 em Porto Alegre, além de destacar o gravíssimo erro de ter aceitado o dinheiro da Gerdau e outras empresas na campanha da companheira Luciana Genro no RS. Politica que desejavam repetir em 2010 na aventureira aliança com Marina e PV.
A candidatura de Martiniano foi a segunda a expor, ressaltou que discorda da avaliação de Babá em relação à conjuntura, que o que temos é uma conjuntura ruim para os movimentos sociais e para o PSOL, os ataques e repressão ao MTL de MG são um exemplo disso. Citou algumas declarações de Plínio em entrevistas, além de criticar a declaração de Plínio que o MST derrubou poucos pés de laranja.
Plínio respondeu a Martiniano afirmando que “derrubar 30 mil pés de laranjas pode ser um desastre, mas desastre muito maior são 30 mil famílias passando fome”. Plínio finalizou que será candidato do PSOL e que defenderá as proposta do Partido e não as propostas individuais dele.
RECIFE
O debate de Recife contou com apenas 100 filiados. Número muito pequeno para o diretório que realizou, proporcionalmente, o maior congresso estadual do partido no II congresso.
Havia representações de várias cidades do estado e uma delegação da campanha de Plínio da Paraíba. O plenário estava dividido ao meio entre a candidatura de Martiniano e a de Plínio.
Plínio iniciou o debate afirmando que o PSOL deveria identificar os inimigos do povo: Lula, Dilma, Serra e Marina. Em relação ao Programa afirmou que busca divulgar reformas que não solucionam tudo, mas são temas sentidos pelo povo. Ao mesmo tempo em que afirma que a solução total só há com o socialismo. Nesses termos, ao apresentar reformas, o programa, “caso alguém queira, poderia ser chamado de democrático e popular”. Em relação ao discurso falou que a campanha deveria ser de contraponto e não falar apenas “o que o povo quer ouvir”. O discurso tinha que despertar curiosidade. Falou por fim da ética interna, por conta do clima do debate e da necessidade da frente de esquerda, sobretudo com o fato da nova central após o CONCLAT. Durante o debate Plinio apresentou sua visão sobre o Programa Democrático e Popular, que considera superado para a conjuntura atual.
Martiniano falou em seguida. Disse que problemas internos e diferenças da esquerda mundial se desenvolvem nas candidaturas. O PSOL é o maior processo pós-PT e a única possibilidade de dialogo com as massas. O dialogo foi aberto na expulsão, na eleição de 2006 e hoje por nossos parlamentares e lideranças no movimento social. Centrou grande parte de sua fala contra o PSTU. Atacou Babá e Plínio, dizendo “são os que querem refundar o PSOL e sempre foram da ala minoritária no PSOL”. Ambos querem destruir o capital político de Heloisa Helena. Sua fala foi marcada por inúmeras expressões despolitizadas e bastante deselegantes, sobretudo contra Plinio.
Heloisa Helena, falou em defesa de Martiniano, centrou sua fala em atacar a CST e Babá, reafirmando a linha de apoio a Marina do PV. Sua única crítica a Marina, a Ex-Ministra do Governo Lula, é a coligação no RJ com o PSDB. Nenhuma crítica ao programa e a subserviência de Marina do PV aos tucanos e petistas.
Um dos piores momentos do evento foi quando Heloisa interrompeu, aos gritos, a fala de Babá. Notava-se um certo desespero e histerismo na campanha de Martiniano que aflorou varias vezes no debate.
Martiniano abandonou o programa de fundação, dizendo tratar-se de um “acordo” em função das diferenças políticas que existiam no inicio do PSOL e que foi aprovado sem debate. Logicamente foi um acordo, pois o partido, no seu inicio funcionou sempre por acordos, tendo inclusive um dispositivo estatutário que estimulava esse método (aprovação por 2/3). Método que julgamos correto para o partido que fundávamos congregando tradições variadas da esquerda socialista. Sendo que houve debate tantos nos estados, quando no próprio encontro de fundação por meio de grupos de discussão.
Martiniano abandonou também o programa da frente de esquerda afirmando que ele não existiu, pois “não houve acordo com o PSTU”. Na verdade Martiniano fez questão de esquecer que o programa existiu sim, está até hoje na página eletrônica oficial do PSOL. O que ocorreu é que Heloisa em 2006, aplicou o programa ditado por César Benjamin, que não foi discutido e nem aprovado em nenhuma instância do PSOL. Isso foi feito com aval de Martiniano, que pelo visto pretende seguir desrespeitando as propostas votadas no partido. O impressionismo com os desenvolvimentistas logo se dissipou após a desrespeitosa ruptura de César Bejamin com o PSOL, fato que ocorreu logo após a eleição. O mesmo impressionismo também foi visto com Protogenes e com Marina. Nos três casos a tática se anulou completamente diante da realidade.
Babá ressaltou que “foi muito positivo a rebelião na base do PSOL e das correntes que impuseram o fim das negociações com Marina e o PV”, afirmou que “o PSOL deve ter o mesmo propósito e objetivo da fundação”. Babá ressaltou pontos programáticos do PSOL e defendeu com ênfase o programa de fundação e da frente de esquerda. Ressaltou que a campanha do PSOL tem que estar a serviço da mobilização dos trabalhadores e do povo e por isso, precisamos ser impulsionadores de primeira linha da construção na Nova Central Sindical em Junho deste ano.
Logo depois os candidatos tiveram tempo para perguntas entre si, com direitos a replica e tréplica, sendo o programa um dos pontos mais debatidos.
FORTALEZA
O debate contou com 150 pessoas, bastante representativo e com bastante apoiadores de Plínio. A discussão, em relação ao conteúdo foi muito próxima do debate de Recife. A diferença foi nível mais elevado da discussão, quase sem baixarias. A lamentável exceção ficou por conta de Martiniano, que no final do debate, afirmou que as posições de Babá e da CST são uma “miragem” que dão a impressão de serem elaboradas fruto de uso de substâncias alucinógenas. Trata-se do melhor estilo stalinista de desqualificar e desmoralizar as posições do adversário por meio de calunias. Lamentavelmente, a truculência despolitizada de Martiniano comprova que o mesmo não tem a mínima condição de representar todo o PSOL nas eleições.
Temas como aliança com Marina e PV, programa, e financiamento de campanha tiveram bastante ênfase e com palavras de ordem do público contra a aliança com o PV no RS e aceitação do dinheiro da Gerdau para campanha de Luciana Genro à prefeitura de Porto Alegre em 2008. Isso porque Martiniano voltou a repetir que não se pode igualar Marina a Lula ou Serra. Martiniano propõe uma diferenciação com Marina ao invés da crítica. Uma diferenciação diplomática nos termos em que os dirigentes da sua campanha não cansam de repetir. Na prática tratam a campanha do PV como se ao redor dela surgisse um movimento político de alguma forma progressivo. Por essa via tentam reverter a derrota que a base impôs a linha de apoio a Marina.
A fala de encerramento de Babá respondeu uma pergunta sobre o tema dos núcleos. Babá ressaltou essa forma de organização nos termos em que se encontra em nosso estatuto. Tratou-se de mais uma polêmica com Martiniano, que por inúmeros argumentos reafirmou que não é possível um partido de núcleos e se auto-financiando. Sem auto-financiamento iremos, novamente, assistir outras GERDAU”S financiando o PSOL nas eleições.
BRASÌLIA
Com mais de 80 presentes, o debate entre os pré-candidatos do PSOL em Brasília foi bastante positivo, foram expostas as diferenças entre os 3 pré-candidatos.
Babá esteve bem representado no auditório com muitos companheiros de diversos movimento do DF e a juventude que está inserido no FORA ARRUDA. O Centro da polêmica foi Financiamento Público de Campanha X Dinheiro da Gerdau, Programa e Situação de movimento de massas.
Em sua fala, Babá defendeu pontos programáticos como: Suspensão do Pagamento e Auditória da Dívida, Medidas contra o Regime corrupto e a Defesa a Amazônia e Soberania Nacional. Pontuou o que representava essas propostas e as diferenças que temos com a candidatura de Martiniano e a proposta do programa democrático e popular, defendida por setores que apóiam a Candidatura de Plínio, a exemplo dos companheiros da APS.
Martiniano para justificar aliança com PV e apoio à Marina, centrou em sua fala que a correlação de forças é muito desfavorável. Acabou concluindo que as propostas radicais como defende Babá não estão na ordem do dia. Martiniano defendeu o plebiscito da dívida e “democracia direta" sem ficar muito claro o que significa, criticando Babá por apresentar formulações radicais, esquecendo que o PSOL é sim mum partido radical, que vai ao fundo dos problemas e não se propõe adminstrar a crise capitalista.
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Juninho – Silaedson
Sec. Nacional de Mov Sociais da ExNEL
Dir de Públicas da UNE – Oposição de Esquerda
CST – PSOL