Todo apoio à luta do povo hondurenho contra os golpistas!
Nota da CST | CST/PSOL
O povo hondurenho começou a se mobilizar e está saindo às ruas repudiando o golpe militar. Sua luta é nossa luta, a que enfrenta nas ruas os golpistas, desafiando o toque de recolher.
A Corrente Socialista dos Trabalhadores/PSOL apóia esta justa luta e a convocatória a uma greve geral contra o golpe de estado. Será a mobilização e participação operária e popular a garantia para derrotar os golpistas, como o fez o povo venezuelano em abril de 2002, e possibilitará que a decisão da maioria da população seja respeitada, possibilitando punir os golpistas e repressores do povo hondurenho e efetivar a consulta popular e a convocatória a uma Assembléia Constituinte.
Com o golpe de estado, a oligarquia, os mandos militares, a hierarquia da igreja católica e os chefes das instituições do regime, violentam suas próprias leis.
O governo Zelaya, de origem liberal, tinha decidido se incorporar a ALBA, encabeçada por Venezuela. Com esta atitude, buscava apoio em setores populares, se apresentando com posições “socialistas” e com algumas críticas aos EUA, mas da mesma forma que os governos da Venezuela ou Bolívia, não tinham como projeto abandonar o capitalismo. Tinha atritos com o imperialismo e tentava pressionar para negociar acordos comerciais em melhores condições. Mas nem isto podia ser aceito pela velha oligarquia e burguesia hondurenha, eterna aliada do imperialismo. Devemos lembrar que Honduras foi um país que serviu de base para a atuação da “contra”, guerrilha de paramilitares financiada pelos EUA, que atuou na década de 80 contra Nicarágua.
Os socialistas revolucionários não apoiamos politicamente o governo de Manuel Zelaya e defendemos que uma verdadeira independência nacional e o progresso para os povos somente pode vir através da expropriação do latifúndio e da burguesia, no caminho de construir um verdadeiro socialismo. Mas, frente este golpe de estado, não temos dúvidas em repudiá-lo categoricamente a par que exigimos que seja respeitado o governo de Zelaya eleito pelo povo de Honduras.
Alertamos que instituições imperialistas como a ONU e as que estão ao seu serviço, como a OEA, assim como os governos de Obama e da União Européia, entre outros, que tem se pronunciado contra o golpe, procuram negociar com os golpistas o retorno de Zelaya, mas condicionado a que o presidente eleito ponha fim às mobilizações e desista de convocar à Assembléia Constituinte, o que significa impedir que o povo hondurenho possa se expressar e decidir os rumos de seu país.
É necessário constituir Comitês de Solidariedade com o povo hondurenho, ou os organismos necessários para coordenar e impulsionar de forma unitária todas as atividades em apoio à luta contra o golpe. È hora de atuar como um único punho, com uma única voz para derrotar os golpistas, verdugos do nosso povo irmão de Honduras.
Na América Latina e no mundo todo, devemos nos somar a esta mobilização. Apelamos às organizações sindicais, camponesas, indígenas, estudantis e populares, assim como às organizações políticas democráticas, antiimperialistas e de esquerda a nos mobilizar massivamente em cada país, frente às embaixadas e consulados, para expressar nosso apoio à luta pela derrota do golpe militar.
-Abaixo o Golpe militar de Honduras! Nenhuma negociação com os golpistas!
-Solidariedade internacional com a luta do povo hondurenho, pelo fim da ditadura, a punição aos golpistas e a convocatória à Assembléia Constituinte!
Corrente Socialista dos Trabalhadores-CST/PSOL
02/07/09