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Nestes dias foi instalada uma CPI, supostamente para investigar as negociatas da Petrobrás. Impulsionada por tucanos e peemedebistas, igualmente corruptos, deixa claro que nada sério será feito para esclarecer essa tremenda caixa preta, que é a empresa petroleira. Os tucanos tem o objetivo de desgastar o governo em tempo de eleição, e o PMDB quere dar o troco depois de perder as “boquinhas” da Infraero.

De outra parte, setores ligados à FUP, MST, CUT, UNE, UBES, ABI, impulsionaram na quinta feira 21 de maio, em Rio de janeiro, uma passeata contra a “CPI da direita”, no entendimento que é uma política da “oposição de direita” para debilitar a Petrobrás e depois privatizá-la. Não duvidamos que tucanos e peemedebistas possam ter essas intenções, mas é importante fazer alguns esclarecimentos.

Primeiro, os organizadores deveriam reconhecer que a maioria desta “oposição de direita” está no governo, onde foi levada da mão do presidente Lula. Em segundo lugar, a mobilização defendeu a unidade em torno do slogan “O petróleo tem que ser nosso”, e propôs um abaixo-assinado solicitando “o monopólio estatal do petróleo e gás, a reestatização da Petrobras, o fim das concessões brasileiras de petróleo e gás e que os recursos oriundos dessa atividade tenham destinação social”.

Se estamos pedindo que o petróleo seja nosso, e ainda o monopólio estatal do mesmo, de quem é a responsabilidade que estas questões elementares ainda não estejam resolvidas? Da “oposição de direita” ou do mesmíssimo governo de Lula e do PT que já está no finalzinho do segundo mandato? Fica evidente que os principais organizadores da passeata, como a CUT e a UNE, que não movem uma pena em defesa dos trabalhadores e da juventude tem como único objetivo blindar a Petrobrás e o governo dos quais se beneficiam com cargos e subsídios. Segundo a FSP de 22/05 “O mentor da mobilização de petroleiros no Rio… teve o dedo de Wilson Santarosa, gerente de Comunicação Institucional da empresa e presidente do conselho deliberativo do fundo de pensão Petros”.

Nem a CPI dos tucanos nem as mobilizações CUT-petistas defendem a Petrobras. Nossos parlamentares devem utilizar essa CPI para denunciar as falcatruas na Petrobrás, de responsabilidade de tucanos e petistas, e chamar a uma grande mobilização para exigir do governo Lula o 100% da Petrobrás estatal, o fim da privatização das bacias petrolíferas, a reversão dos contratos para que empresas privadas explorem o sub-solo e a redução dos preços da gasolina e demais derivados do petróleo. Junto com isto, exigir a mais absoluta transparência nos manejos das finanças da Petrobrás e a formação de uma comissão de funcionários e técnicos da empresa para investigar os indícios de fraude, de irregularidades nos contratos e de desvios de dinheiro dos royalties entre outras. (A.S.)

Maio de 2009